Quando a ex-presidenta Dilma Ruosseff sofreu o golpe, os que defendiam o seu afastamento diziam nas redes sociais e até a própria imprensa, que a situação política-econômica no país iria melhorar com Michel Temer na Presidência. Passados mais de seis meses a situação só fez piorar. Algumas ideias do governo golpista não correspondem aos fatos.
Veja caro leitor que acusavam os governos petistas – Lula e Dilma – de beneficiar empreiteiras com dinheiro liberado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para fazer obras em outros países. Pois muito bem: o referido banco anunciou na última terça-feira (3) que liberou um empréstimo de US$ 145 milhões para financiar uma obra executada pela construtora Queiroz Galvão, na primeira operação do tipo para uma empresa investigada pela operação Lava Jato desde maio.
Em comunicado, o banco de fomento afirmou que o empréstimo, liberado em 28 de dezembro, será para a construção do Corredor Logístico que liga Puente San Juan I a Goascorán, em Honduras.
O presidente Michel Temer, por sua vez, assinou às vésperas do fim do ano um decreto que reajusta o salário mínimo dos atuais R$ 880 para R$ 937 (aumento equivalente a 6,47%) a partir de 1º janeiro de 2017. O valor estipulado no decreto presidencial é R$ 8,8 menor do que os R$ 945,8 que haviam sido propostos em agosto pelo governo federal.
Segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos), desde 1998 os reajustes autorizados vinham garantindo aumento real no salário mínimo. A última vez que a correção ficou abaixo do INPC foi em 1997, quando foi registrada perda real de 0,98%, segundo o Dieese. Em 2016, o ganho foi de 0,36% acima do INPC. Estudo do Dieese mostra que, de 2002 a 2016, o salário mínimo aumentou 77,18% acima da inflação, passando de R$ 200 para R$ 880. Agora o reajuste do mínimo foi menor do que o percentual da inflação.
Por outro lado, num estudo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o desemprego atingiu 12,1 milhões de pessoas em 2016, maior valor contabilizado desde o começo da série histórica produzida pelo instituto, em 2012. Para 2017, a expectativa é de que o mercado de trabalho possa melhorar só a partir de meados do ano. Eu disse expectativa.
Ainda no fim de dezembro o governo anunciou que comerciantes podem cobrar preços diferentes para compras feitas em dinheiro, cartão de débito ou cartão de crédito. A Medida Provisória 764, que autoriza a prática, foi publicada no Diário Oficial da União no dia 27 de dezembro ao apagar das luzes de 2016.
E aí eu pergunto: houve melhoras? O trabalhador está com o seu emprego garantido? O salário melhorou? A perspectiva de emprego cresceu? A classe média está satisfeita em pagar agora valores diferenciados nos cartões no caso da compra à vista ou no crédito?
Ah, esqueci de perguntar. A propina deixou de existir, ou os mesmos que estão aí não são os mesmos de antes?
A conferir!
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