Faço minhas as palavras do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, que disse na sua conta no Facebook, que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), lança mão de “chantagem” para manter seu mandato. Segundo o ministro, “a presidenta Dilma não possui contas na Suíça e não está sendo acusada ou investigada por atos ilícitos. Ela foi eleita legitimamente, em eleições limpas e justas pelo povo brasileiro e, mesmo considerando a baixa popularidade ou a crise econômica momentânea”.
É correto afirmar que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, baseou sua decisão de abrir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff nos decretos do governo federal que aumentaram despesas sem autorização do Congresso Nacional e na prática das chamadas pedaladas fiscais em 2015. Ao analisar o pedido encabeçado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal , Cunha rejeitou alguns dos principais argumentos apontados na peça, como a rejeição das contas do governo de 2014 e a denúncia de que a presidente teve responsabilidade nos atos de corrupção na Petrobras.
Por outro lado, bom que se diga, que nos governos de Fernando Henrique Cardoso também foram usados o artifício das pedaladas fiscais, e no entanto, ele não sofreu nenhum processo de impeachment. Aliás, esse artifício é corriqueiro também nos governos estaduais. Daí questionar o fato de Eduardo Cunha, ao apagar das luzes de 2015, ter acatado o processo de impeachment contra a presidenta Dilma. Me cheira a revanche.
Fato é que ninguém, absolutamente ninguém, neste atual Congresso tem moral para pedir o impeachment da presidenta Dilma. Para que se faça isso seria necessário desfazer o Parlamento e convocar novas eleições elegendo-se congressistas ilibados, que não tenham sido maculados pela corrupção que assola o país.
Para não ser injusto, diria que existem entre 10 a 12 congressistas que estariam hoje em condições de dizer que têm moral para pedir o impeachment, embora, repito, não veja motivos para isso. Os juristas entendem que as pedaladas fiscais já seriam motivos. Mas, volta a pergunta: e os governos tucanos de FHC não procederam da mesma forma? Sendo assim, caro leitor, observa-se claramente que o pedido de impeachment acatado por Eduardo Cunha tem objetivos claramente políticos e de cunho revanchista.
A conferir!
Foto reproduzida da internet
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