Compra de votos: esta é a doença!

19 de setembro de 2013

By Jean-Paul Prates

A decisão do Supremo anunciada ontem não é, com certeza, o foco da crise de representatividade que vivemos atualmente no Brasil. É só mais um sintoma. A doença é outra.
Não é de hoje que líderes políticos que deveriam ser governantes sérios ou parlamentares respeitados e interessados em legislar em prol do aprimoramento da nossa sociedade, preocupam-se mais em locupletar-se dos investimentos públicos e privados. Como temos instituições de combate à corrupção ainda muito impotentes e uma justiça claramente suscetível ao poder financeiro, a corrupção só é denunciada quando há alguma guerra de grupos políticos: basicamente, só vem à luz quando chega à imprensa por meio de dossiers ou denúncias preparados por inimigos políticos ou até por “fogo amigo” na disputa de cargos. Enquanto os interesses estão acomodados, tudo fica calmo. Quanto alguém se aborrece e resolve colocar podres dos outros para fora, começam sucessões de escândalos, um vingando o outro. E a mídia, é claro, vive disso: faz o seu papel.
Graças a isso, a corrupção é cada vez mais visível. Virou contrapé comum a quase homens públicos e partidos do País.
A corrupção gera hoje uma conta de mais de 50 bilhões de reais por ano para o brasileiro. Paradoxalmente, este dinheiro recircula e acaba fazendo parte do PIB. No Brasil, há vários nababos inexplicáveis que sustentam o giro econômico de toda uma cidade ou região com dinheiro desviado de orçamentos públicos, apenas com seus empreendimentos de fachada e gastos extravagantes.
Então quando a gente vê um gestor público, um funcionário público, um líder político, um chefe de repartição, um magistrado, um prefeito, um vereador – em suma, um MANDATÁRIO do cidadão comum, OSTENTANDO um poder ou uma riqueza que ele não consegue justificar – nem seus familiares e amigos – é de se desconfiar seriamente dele.
A vigilância começa no cidadão, e não quando chega aos embargos do STF! Temos que voltar a raciocinar primitivamente quanto a isso: ganha X, gasta 10X? Como pode? De onde vem? É básico! Pq não perguntamos mais? Pq não nos indignamos mais? Pq desistimos de cobrar? Pq achamos que “não vai adiantar nada”? Vai sim! E não é o STF que vai resolver. É na eleição que vem! Na eleição que vem, você deve guardar os nomes destes indivíduos não confiáveis e NÃO VOTAR NELES! Este é o único jeito!
Agora, se você acha isso tudo ruim, mas na hora da eleição VENDE seu voto por influência ou dotação de um cabo eleitoral ou correligionário de um líder deste tipo – que você passou o mandato todo desconfiando dele, achando suspeito seu discurso comparado com as suas práticas, ou lamentando as notícias ou informações que você recebe a respeito dele, então você está se igualando a ele. E o merece.
Se você VENDE SEU VOTO, então você está pedindo e merecendo o representante político que tem. Ele vai comprar seu voto e vender a alma ao diabo. Se você faz isso, você é o último a ter direito a se queixar do país, do estado, da cidade ou da vida que tem.

Source: SustentHabilidade

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