Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Diagnóstico sobre área atingida pelas chuvas será apresentada hoje (17)

17 de junho de 2014

Confira notícia publicada na Tribuna do Norte:

Pedro Andrade, Roberto Lucena e Sara Vasconcelos
repórteres

O desastre que abriu uma cratera com mais de dez mil metros quadrados em Mãe Luiza, no último sábado, dia 14, foi provocado por uma série de fatores. Engenheiros civis e geólogos afirmam que o grande volume de água da chuva que caiu nos últimos dias não foi a única razão para o deslizamento de terra, apesar de ser o principal fator para o acidente. Ocupação irregular do terreno, lixo acumulado em sistemas de drenagem e rompimento de tubulações também são apontados como elementos que contribuíram para o episódio que atingiu aproximadamente cem famílias na região.

Depois: cratera que se formou tem quase 10 mil m², o equivalente a um campo de futebol

Depois: cratera que se formou tem quase 10 mil m², o equivalente a um campo de futebol. (Foto: Gabriel Azevedo/Drone Mídia)

De acordo com moradores da rua Guanabara – via mais afetada – e da rua Atalaia, as autoridades foram avisadas e poderiam ter feito algo para evitar o acidente. Segundo a comerciante Ana Maria Alves, há cerca de oito dias um buraco na rua Guanabara jorrava água que descia pela escadaria que desabou. Ela morava em frente ao local e disse ter acionado a Prefeitura para reparar o problema.

A moradora afirmou que alguns servidores da secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi) visitaram o local na última quinta-feira, dia 12, e foi feito um serviço provisório. Porém, na noite do mesmo dia, com as chuvas que caíram, o reparo se mostrou insuficiente.

O professor de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Ermínio Fernandes,  explicou que a área destruída possui características parecidas com o terreno da Zona de Proteção Ambiental localizada naquela região, a ZPA 10. Ermínio foi um dos profissionais que elaborou um estudo sobre as ZPAs da cidade solicitado pelo Ministério Público do Estado (MPRN). “Aquela é uma área de dunas e é sensível com risco de rápida erosão por causa da declividade”, disse ele.

O professor acrescentou ainda que em terrenos com essas especificidades, é possível que haja construções. “Há legislação que proíbe construções em dunas, no entanto, com muitos estudos específicos, é possível a ocupação”, pontuou.

O geólogo Ricardo Amaral – integrante do trio de professores da UFRN designado pela Prefeitura do Natal para elaborar um diagnóstico do desastre – explicou que o documento ainda está em processo de elaboração e deve ser apresentado hoje, dia 17. “Tudo aconteceu muito rápido. Desde domingo estamos trabalhando nesse processo”, contou Ricardo Amaral.

Por telefone, o professor adiantou algumas conclusões a respeito do que ocorreu em Mãe Luiza. Segundo o especialista, o elemento mais importante no contexto foi a quantidade de chuvas que caiu em Natal entre sexta e sábado. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), foram mais de 300 milímetros. “Mas não é apenas isso. É verdade que a quantidade de água em apenas dois dias foi muito elevada, porém, é preciso levar em conta a ocupação irregular do terreno e outros elementos como problemas de drenagem e até mesmo o lixo acumulado nos bueiros”, disse ele.

Clique na imagem para ampliar. (Foto: Tribuna do Norte)

Clique na imagem para ampliar. (Foto: Tribuna do Norte)

Tendência é de chuvas com menor intensidade

Tribuna do Norte:

O serviço de meteorologia da Emparn afirma que o sistema causador das fortes chuvas desse final de semana, na capital e Região Metropolitana de Natal, está se deslocando rumo ao litoral norte do Estado. As chuvas devem ocorrer com menos intensidade e regularidade ao longo desta semana em Natal.

A previsão é que nesta terça-feira, a exemplo de ontem, ocorram pancadas de chuvas de baixa à média intensidade. “Há uma tendência de diminuir essas chuvas. Teremos chuvas não muito fortes na capital”, afirma Gilmar Bristot, chefe do serviço de meteorologia da Emparn. O tempo deve permanecer dessa forma ao menos até a quarta-feira.

A estação chuvosa para as áreas litorânea e agreste potiguar vai até o mês de agosto. Este ano, até o dia 11 de junho, choveu 691 mm em Natal. Entre a manhã da última sexta-feira, 13, até a tarde desse domingo choveu uma média de 313 mm na capital. Ou seja, 45% de toda a chuva acumulada até o dia 11. Considerando o acumulado do ano, já somadas as chuvas desse final de semana, a Emparn registra pouco mais de 1.000 mm. Volume que mantém a capital potiguar na condição de “muito seco”.

O volume de precipitações registrado este ano é maior que o acumulado no inverno de 2013, em Natal, quando choveu 1.842,5 mm. Durante todo o mês de junho de 2013, choveu 400 mm. De acordo com o meteorologista, um dos fatores que contribuiu para a ocorrência das chuvas mais intensas em Mãe Luíza foi a topografia, íngreme, fazendo com que o vento elevasse parte da umidade que vem do oceano.

Números
100 famílias atingidas nos bairros de Mãe Luiza e Areia Preta, com o deslizamento de terra
313 milímetros foi o volume de chuvas que caiu em Natal no curto período de 50 horas

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