Construtoras do Rio Grande do Norte que têm obras financiadas pelo programa “Minha Casa, Minha Vida” do Governo Federal, estão ficando cada vez mais preocupadas com os problemas que permeiam o andamento do cronograma de obras no estado. O principal motivo são os atrasos nos repasses dos recursos federais para as construções do programa habitacional.
Cinco empresas alegam ter cerca de R$ 10 milhões de reais a receber do governo, quantia relacionada a um prazo que já está em atraso e outra que vence no próximo dia 14 de março. As construtoras, responsáveis por oito empreendimentos em Natal, alertaram que caso o pagamento não seja efetuado até esta data, as consequências poderão ir desde a paralisação das obras até ameaça de demissão, segundo matéria publicada na Tribuna do Norte.
De acordo com informações do Sindicato da Indústria da Construção no estado (Sinduscon RN), as construtoras são todas locais, de médio porte e que enfrentam dificuldades para arcar com os custos da produção e baixa margem de lucro, devido a natureza dos imóveis dentro da faixa 1, voltada à população com renda de 0 a 3 salários mínimos, do Minha Casa Minha Vida.
No total, são 1.792 moradias que estão sendo erguidas nos bairros do Planalto e dos Guarapes, na Zona Oeste de Natal. Os empreendimentos têm previsão de entrega em dezembro deste ano, mas caso o repasse não seja normalizado até abril, o prazo para a conclusão das obras deverá se estender por pelo menos mais seis meses, ou seja, até julho de 2016.
O Governo Federal diz que a demora decorre da necessidade de se fazer alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal para adequar os gastos e a espera da aprovação dos ajustes fiscais feitos ao Orçamento Geral da União (OGU). Os recursos provenientes do OGU são liberados pelo Ministério das Cidades à Caixa Econômica Federal, que fiscaliza as obras e libera o dinheiro às construtoras.