Notícia publicada na Tribuna do Norte:
Aldemir Freire – Economista e chefe do IBGE no Rio Grande do Norte
O que você destaca no estudo do PIB Municipal?
A grande questão é como tem sido a distribuição da geração de riquezas no estado. Quando olhamos os números, notamos que houve uma desconcentração com relação a Natal. O município perdeu quase dez pontos percentuais de participação no PIB do estado nesse período. E a tendência é de queda. Apesar disso, o município continua sendo o que tem o maior PIB do Rio Grande do Norte.
O fato de Natal ter perdido participação é ruim para a capital ou para o Estado?
Não, pelo contrário. Isso é um dado positivo. Demonstra que outros municípios estão apresentando uma dinâmica maior na economia do que a capital. A questão é que essa desconcentração não é tão significativa, quando se observa o desempenho de outras cidades no estado.
Como assim?
Apesar de Natal ter perdido participação, os cinco municípios com maior peso no PIB estadual – Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Mossoró e Guamaré – continuam concentrando quase 60% de todas as riquezas produzidas pelo estado. O percentual é praticamente o mesmo que o registrado em 2007, o que mostra que o cenário não mudou ao longo do tempo.
Por que isso está ocorrendo?
Estamos assistindo a um ‘transbordamento da Região Metropolitana’, impulsionado sobretudo pela execução dos projetos do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e da criação e fortalecimento dos distritos industriais na Grande Natal. Natal não tem mais espaço para indústrias, por isso elas estão indo para os municípios do entorno. Além disso, Parnamirim e São Gonçalo tem registrado altas taxas de crescimento populacional, o que significa mais pessoas consumido, o que eleva significativamente o PIB, sobretudo o de Serviços.
A construção do aeroporto já se reflete nesses números?
Ainda não. Só nos próximos.
Qual a situação do RN, considerando outros estados?
O RN é um dos estados mais desiguais, do ponto de vista da distribuição de riquezas. É o segundo mais desigual do Nordeste e o oitavo do país. Tudo isso, porque sua riqueza está concentrada principalmente em cinco municípios. Por mais que o PIB dos municípios potiguares tenha avançado, o RN não conseguiu distribuir melhor sua riqueza.
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