Em meio à crise financeira e política instaurada no Brasil e as discussões no governo sobre a “possível” redução do número de ministérios, o engenheiro civil Newton de Lima Azevedo, um dos 35 governadores que representam o mundo no Conselho Mundial da Água, faz uma sugestão ousada durante uma palestra sobre crise hídrica.
“Temos que criar o ministério da água, pode tirar o resto que não são tão importantes”.
De acordo com o engenheiro, o Brasil não tem uma política pública para a água, na verdade, até a publicação da Lei 9433/97 que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, a gestão das águas no Brasil se restringia à emissão de outorgas de uso pelos estados sem nenhum planejamento. Os cadastros eram praticamente inexistentes e tampouco havia informações sobre as bacias hidrográficas, sem falar na ausência de planos estaduais de recursos hídricos.
Atualmente o Brasil esta passando por uma grave crise hídrica, tendo como causa falhas brutais de gestão dos seus mananciais e fatores geográficos, pois embora o Brasil seja o país com a maior quantidade de água per capita do mundo, a sua disponibilidade é má distribuída ao longo do território. A região Norte, que apresenta as menores densidades demográficas, possui cerca de 70% das reservas nacionais. Para se ter uma ideia dessa relação, segundo o Serviço Geológico do Brasil, apenas 1% de toda a vazão do Rio Amazonas seria suficiente para atender em mil vezes o que necessita a cidade de São Paulo.
Todavia, é justamente onde existem menos reservas de água no país que reside a maior parte da população e também onde acontece grande parte das atividades econômicas – industriais, comerciais e agrícolas. Assim, os sistemas de abastecimento ficam cada vez mais sobrecarregados, tornando-se vulneráveis a qualquer grande seca que ocorra. E ela esta ocorrendo.
Para alguns analistas, o impacto da falta de água no Brasil, além de prejudicar o abastecimento humano e a produção de energia, afetará toda a cadeia produtiva, prejudicando setores como indústria, agricultura e pecuária.
Portanto, o país precisa avançar rapidamente em políticas e ações que visão o uso racional desse recurso tão precioso, afinal, o futuro esta batendo em nossa porta, apresentando um cenário caótico caso medidas urgentes não sejam tomadas.
Hugo Alexandre M. Fonseca
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