Coluna do Barbosa

Carlos Alberto Barbosa é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1984. É ainda autor do blogdobarbosa e assina uma coluna no portal Nominuto.com​

O Brasil optou pelo conservadorismo

31 de outubro de 2016

O resultado das urnas deste domingo, quando parte do eleitorado brasileiro voltou as cabines de votação em segundo turno, demonstrou claramente que o Brasil optou pelo conservadorismo. O segundo turno, como bem lembrou o articulista Leandro Colon, na Folha, confirmou a preferência do eleitor de capitais e dos grandes centros por candidatos conservadores e com discurso político à direita.

Para se ter uma ideia melhor do mapa político que o país passará a ter a partir de 2017, registre-se que o PSDB vai governar 34,4 milhões de eleitores a partir do p´roximo ano, segundo levantamento do G1 com base nos dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A soma equivale a 24% do total do eleitorado, de 144 milhões. Em seguida aparecem o PMDB, com 20,6 milhões, o PSB, com 11,8 milhões, e o PSD, com 9,72 milhões de eleitores. Juntos, os quatro partidos governarão 53% do eleitorado brasileiro.

A esquerda foi fragorosamente derrotada. Citando ainda Colon, a votação deste domingo ratificou uma tendência que ainda merece ser totalmente decifrada. Seria consequência da crise política que tirou o PT do Palácio do Planalto este ano? Ou uma reação em cascata nos municípios à crise econômica no país, fruto de erros de gestões petistas no governo federal? Ou os dois fatores, político e econômico?

Fato é que o eleitor tupiniquim esqueceu os avanços sociais promovidos pela esquerda, sobretudo, pelos governos petistas. A crise bateu no bolso do brasileiro e isso é condição sine qua non para mandar qualquer político ou qualquer partido as favas, mesmo que se reconheça os avanços sociais obtidos nos 13 anos em que o PT esteve no governo.

Bom que se diga que ao deixar o cargo de presidente, Lula deixou um legado de oito anos de governo, com avanços nos setores da economia e inclusão social. Índices históricos de crescimento econômico e redução da pobreza garantiram ao ex-metalúrgico 83% de aprovação popular – o maior patamar entre presidentes desde o fim da ditadura.

O PIB (Produto Interno Bruto), que representa a soma de todas as riquezas de um país, teve um crescimento médio anual de 4,0% nos dois mandatos. O índice é quase o dobro do registrado no período de 1981 a 2002 (2,1%). Assim, o Brasil passou de 12º lugar para 8º no ranking das maiores economias do mundo.

Neste contexto, a redistribuição de renda foi o principal destaque. Programas sociais como o Bolsa Família, a expansão do crédito e o aumento de empregos formais e do salário mínimo (que passou de R$ 200 em 2002 para R$ 510, em 2010) permitiram a ascensão de classes mais pobres.

O efeito também foi sentido no setor empresarial: a maior renda do trabalhador converteu-se em compras. A alta no consumo, por sua vez, estimulou investimentos no comércio e na indústria, inclusive em contratações, realimentando o ciclo. O resultado foi a redução em 43% do número de pobres (brasileiros com renda per capital mensal inferior a R$ 140), que caiu de 50 milhões para 29,9 milhões desde 2003.

Mas bastou a crise econômica se abater sobre o governo da sua sucessora, Dilma Ruosseff (PT), que o legado dos governos de Lula foram esquecidos. Ou melhor, provocados a serem esquecidos pelas classes política conservadoras e pela elite brasileira representada na poderosa Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Corrupção, comunismo, projeto de manutenção no poder, foram alguns dos artifícios usados pelas castas de poderosos citados para levar ao golpe contra a presidenta Dilma.

Detalhe: corrupção sempre existiu neste país varonil e não foi o PT que inventou. Os governos petistas, isto sim, contribuíram para que o Ministério Público e a Polícia Federal pudessem investigar e prender. Em governos passados nunca um empresário foi preso e muito menos um político.

Comunismo. Essa palavra é direcionada ao PT e em especial a Lula. Mas isso é dito por quem não se aprofunda nos livros e não sabe o que é comunismo. Não diria nem que nunca leu o filosofo, sociólogo e jornalista Karl Marx. Lula nunca foi comunista, nunca foi socialista. Lula foi e é um líder idealista que sempre pensou no social e o PT nunca pensou em implantar o comunismo no Brasil e muito menos uma ditadura socialista. Isso quem prega são pessoas que não sabe o que é um livro de cabeceira. Sobre o projeto de manutenção no poder, isso cabe ao povo e mais de 52 milhões de brasileiros ao reelegerem Dilma queriam que o PT ficasse no poder, não fosse o golpe.

Contudo, ao contrário dos tucanos, vencedores nas últimas eleições municipais, deve-se respeitar a vontade popular. Que os prefeitos eleitos do PSDB, do PMDB, do DEM e outros tantos mais consigam tirar as prefeituras do caos econômico e financeiro que se encontram, Afinal, seguindo o raciocínio do articulista Leandro Colon relatado no início deste texto,  a votação deste domingo ratificou uma tendência que ainda merece ser totalmente decifrada. Seria consequência da crise política que tirou o PT do Palácio do Planalto este ano? Ou uma reação em cascata nos municípios à crise econômica no país, fruto de erros de gestões petistas no governo federal? Ou os dois fatores, político e econômico?

A conferir!

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