Coluna do Barbosa

Carlos Alberto Barbosa é jornalista, natural de Natal (RN), formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1984. É ainda autor do blogdobarbosa e assina uma coluna no portal Nominuto.com​

O PMDB é mesmo um partido “fértil”

9 de dezembro de 2015

O PMDB, do vice-presidente da República Michel Temer (SP), é mesmo um partido “fértil”. Foi o próprio Temer que disse que eles – a presidenta Dilma e ele, claro – tentarão manter uma relação “mais fértil possível”, após a carta “sigilosa” que vazou para a imprensa endereçada pelo peemedebista à petista, onde ele se queixava da falta de confiança.

O Partido do Movimento Democrático Brasileiro é tão “fértil” que é capaz de gerar entre seus filiados um político bufão como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Este, pródigo em fazer manobras para se manter no poder, mesmo tendo cometido falta de decoro parlamentar ao negar numa CPI que não tinha dinheiro em paraísos fiscais. Não quero nem falar no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), outro político da fertilidade peemedebista. Pouparei o leitor dele, ao menos por enquanto.

Fato é que a fertilidade do PMDB causa espanto a ponto de dividir o próprio partido. Aliás, não à toa que a sigla leva o nome de Movimento. Acho que é porque seus filiados estão sempre se movimentando em prol de alguma coisa.

Ao Jornal Nacional, assessores de Temer afirmaram que, no encontro de hoje com Dilma, o peemedebista e a presidenta decidiram que o tema do impeachment não será mais abordado em conversas entre os dois. Além disso, o vice-presidente não fará declaração pública de apoio ao governo, assim como não vai trabalhar a favor da destituição dela.

Ah, bom. Temer prefere uma carta do que declaração pública, de certo.

Já o bufão de Cunha, usou seus aliados para uma outra manobra: um dia depois de o Supremo negar o pedido de Cunha para trocar relator, Mesa Diretora da Câmara ordena e Conselho de Ética destitui Fausto Pinato da função.

A decisão da Mesa imposta ao Conselho de Ética, assinada pelo vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), na verdade foi mais uma artimanha executada por aliados de Cunha, e quase acabou frustada: o novo relator indicado pelo presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), foi o petista Zé Geraldo (PA), que já declarou voto pela continuidade do processo contra Cunha e, logo depois do anúncio de Araújo, disse que manteria o parecer de Pinato pela admissibilidade.

A decisão de Araújo causou revolta entre os parlamentares que apoiam o presidente da Câmara, como o deputado Manoel Junior (PMDB-PB). “Recorro da decisão de vossa excelência. Seu ato foi nulo, vossa excelência tem que começar tudo do zero”, argumentou o peemedebista, defendendo a realização de um novo sorteio para elaboração de uma lista tríplice que, depois de eleição no colegiado, defina o novo titular da relatoria.

Como se observa, o PMDB é mesmo pródigo em “fertilidade”.

Foto reproduzida da internet

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