Polícia do RN procura integrante da quadrilha que falsificava cartões

28 de agosto de 2012

Deu no Portal G1 RN:

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte mantém as diligências para localizar e prender uma oitava pessoa suspeita de integrar uma quadrilha que falsificava cartões de mortos e aplicava golpes no comércio de todo o país. A atuação desse bando foi mostrada na edição deste domingo (26) do Fantástico.

Organograma da organização criminosa. (Foto: Cedida/Degepol)

Ao todo, a polícia cumpriu sete dos oito mandados de prisão expedidos pela Justiça potiguar. As prisões foram feitas na sexta-feira (24) e no sábado (25), quando foi deflagrada a operação Outras Faces. Cinco dos presos foram localizados em Natal. Os outros dois, em Jaboatão dos Guararapes, PE.

Em entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda (27), a polícia divulgou o organograma da quadrilha e os nomes dos supostos integrantes. O grupo é liderado por Clovis Alberto Almeida de Araújo. Ele, de acordo com a polícia, era responsável pela compra de veículos em nome de pessoas falecidas e pela abertura de empresas fantasmas. O braço direito dele era Tiago Soares da Cruz, que obtinha os cadastros das pessoas falecidas.

Também foram presos Jorge Inoue, que simulava ser proprietário de uma empresa fantasma para comprar produtos pela internet; Gleice Kelly de Almeida Araújo, suspeita de cometer o mesmo crime; e Iram Carlos da Silva, que fazia compras para a quadrilha por telefone e pela internet. O G1 ouviu o advogado Flaviano da Gama, que defende Clovis, Jorge, Iram e Gleice. Flaviano disse que vai se pronunciar sobre o caso assim que tirar cópia do processo. O G1 não vai divulgar os nomes dos demais presos porque, até o momento, não ouviu os advogados constituídos para defendê-los.

Ainda nesta segunda, os policiais civis do Rio Grande do Norte cumpriram um mandado de busca e apreensão na cidade de Parazinho, distante 116 quilômetros de Natal. O alvo foi uma empresa que, segundo o delegado Ben-Hur Cirino de Medeiros, foi aberta pelos supostos criminosos com o objetivo de fazer compras em todo o país. No local, a polícia apreendeu 33 toneladas de argamassa compradas pela quadrilha usando cartões de crédito feitos em nomes dos mortos.

De acordo com a matéria veiculada pelo Fantástico, a quadrilha, utilizando-se de dados confidenciais de pessoas mortas, solicitava que administradoras de cartão de crédito emitissem novos cartões. Segundo a polícia, todos os dados coincidem com os dos mortos. A exceção é o endereço indicado para a entrega desses cartões, que era dos membros da quadrilha.

Todos os mandados, assinados pelo juiz da 4ª vara Criminal de Natal, Raimundo Carlyle, são de prisão temporária. O delegado Ben-Hur Cirino antecipou que vai pedir que algumas dessas prisões se transforme em temporária, mas não disse de quem seriam.

A quadrilha agia falsificando cartões de crédito de pessoas ricas. De acordo com a polícia, para levantar esses nomes, o bando acompanhava telejornais e fazia pesquisas na internet. “As vítimas são os bancos e as administradoras de cartão de crédito, que acabaram ficando com o prejuízo. Contra os mortos o que eles faziam era não respeitar o falecimento”, explicou.

O delegado Ben-Hur Cirino disse também que ainda não pôde fazer o levantamento de quanto em dinheiro a quadrilha conseguiu fraudar. “A única coisa que posso dizer é que passa da casa do um milhão de reais. Não tenho como precisar agora porque ainda estamos apurando o tempo que esse bando agia”, falou.

Mortos

O que se comprovou até o momento é que a quadrilha comprou uma caminhonete no valor de R$ 136.500 em nome do empresário Fernando de Arruda Botelho, acionista do grupo Camargo Correa. Ele morreu no dia 13 de maio deste ano, vítima de um acidente aéreo em São Paulo. “Eles pagaram R$ 19 mil de entrada, financiando R$ 166.500 junto a um banco. Após aprovação de cadastro, eles retiraram o veículo no mês de junho”, revelou Ben-Hur.

Os membros da quadrilha ainda requisitaram cartões de crédito em nome de Marcos Kitano Matsunaga (morto em 19 de maio deste ano), Fernando de Arruda Botelho (13/04/2012), Edmundo Pereira de Assis (31/12/2011), Romero de Oliveira Andrade (07/04/2012), João Batista Diniz (03/05/2012) e Luiz Gonzaga Leite Parazzo (26/06/2012), a partir das datas de seus falecimentos.

A quadrilha também financiou dois veículos em nome de Solleon Natos Tavares de Menezes, morto em um acidente de trânsito em 10 de junho deste ano, no Ceará.

Dinheiro quente

A reportagem do Fantástico mostrou neste domingo que a quadrilha usou um salão de beleza no bairro de Candelária, em Natal, para passar os cartões fraudados e levantar dinheiro. O mesmo acontecia em uma distribuidora de bebidas no bairro de Cidade Satélite, também na capital potiguar. Na manhã desta segunda-feira, o salão de beleza ficou fechado. Já a distribuidora funcionou normalmente.

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Decap apresenta detalhes da gangue de estelionatários

Portal O Jornal de Hoje:

A Polícia Civil do RN deflagrou nas primeiras horas da última sexta-feira (24/08) uma operação batizada de “Outras Faces” nas cidades de Natal, Parnamirim, Recife e Jaboatão do Guarapes (PE), com o objetivo de prender uma quadrilha especializada em dar golpes em empresas, instituições financeiras e operadoras de telefonia usando cadastros falsos em nome de pessoas já falecidas. Ao todo foram cumpridos sete mandados de prisão e treze de busca e apreensão, quatro deles em Recife.

Os presos acusados do crime que tem mandados de prisão temporária decretada pelo juízo da quarta vara criminal de  Natal são: Tiago Soares da Cruz e Silvio Pereira da Silva (ambos presos em Recife); Jorge Inoue, vulgo ‘’Japa’’; Greice Kelly de Almeida Araujo; Iram Carlos da Silva; Andrea Paula Padilha da Silva; Clovis Alberto Almeida Araujo (considerado chefe da quadrilha e que responde a vários processos criminais na justiça). Além disso, os policiais cumpriram  mandados de busca e apreensão na empresa BS Bandeira e Silva Assessoria de Contabilidade, situada na capital pernambucana, e no Escritório da Lustosa & Paiva LTDA, localizado no bairro do Alecrim, em Natal.

As investigações comandadas pelos delegados Ben-Hur Cirino de Medeiros e Julio Cesar Costa começaram em junho desse ano, após uma denúncia recebida pelo setor de segurança coorporativa de uma instituição financeira.  No dia 16 de junho, a referida empresa detectou a solicitação por telefone de um cartão de crédito em nome do empresário,Marcos Kitano Matsunaga, de 41 anos, assassinado pela esposa Elize Matsunaga, no dia 19 de maio em São Paulo, e que era cliente da instituição financeira.

A ligação causou estranheza ao setor de inteligência da empresa porque a pessoa em questão estava em evidência na mídia por ter sido morto de maneira brutal. Além disso, o endereço solicitado para a entrega do cartão de crédito situava-se no bairro Capim Macio, Zona Sul de Natal, onde supostamente o cliente residia.

A Polícia Civil interceptou o cartão de crédito e passou a investigar o crime, e identificou Tiago Soares da Cruz como o usuário da linha telefônica, que efetuou o contato com a instituição financeira para solicitar o cartão no nome do empresário. Tiago é membro de uma quadrilha especializada em falsificar documentos, e adquirir documentos falsificados em nome de terceiros abrindo empresas fantasma. E já havia sido preso por crime de estelionato em 2007.

No decorrer das investigações, a Polícia Civil descobriu também que a quadrilha havia usado o nome de outras pessoas, dentre elas o empresário Fernando Arruda Botelho, 63, que era acionista do grupo Camargo Corrêa, morto num acidente de avião ocorrido em abril desse ano, no estado de São Paulo. Os bandidos usaram os dados pessoais dele para financiar a compra de um veículo, tipo Hilux, um mês após a sua morte. Eles também tentaram o mesmo golpe em outras concessionárias.

Tiago e Clovis também são acusados de falsificar cartão de crédito em nome do desembargador Romero de Oliveira Andrade e de um auditor fiscal João Batista Diniz, ambos já falecidos. Em uma das ligações telefônicas Tiago confirma a Clovis que arrumou um cadastro de um engenheiro falecido da Paraíba. Outra forma que a quadrilha atuava era adquirindo linhas telefônicas empresariais em nome de empresas fantasma.

A polícia também identificou o contador da quadrilha que trata-se da pessoa de Silvio Pereira da Silva, que trabalha como técnico em contabilidade no escritório de contabilidade BS Bandeira e Silva, Assessoria de Contabilidade, situada em Iputinga, Recife/PE. A participação do contador nas ações criminosas da empresa se dava  no processo abertura de empresas fantasmas.

Uma pessoa importante na quadrilha é Andreia Paula, que é proprietária de um salão de beleza localizado em Candelária, Zona Sul de Natal. Numa ligação entre o casal fica bem clara a participação dela na quadrilha, quando passa um cartão clonado no valor de R$ 25 mil em um estabelecimento comercial de sua propriedade para Clovis  e  obtém lucro com a referida operação. Andreia também tinha acesso a uma conta bancária em nome de Clovís e sabia de todas as movimentações fraudulentas que ele aplicava no comércio de Natal e Recife.

Também foi identificada pela Polícia a pessoa de Jorge, mas chamado pela quadrilha de “Japa”, ele juntamente com os acusados Tiago e Clovis falsificaram e abriram uma empresa com o nome Lustosa & Paiva com o intuito de aplicar golpes no comércio de todo país.

No momento da prisão de Tiago Soares da Cruz  ele estava com  veiculo  I30, financiado em nome do técnico judiciárioSolleon Natus Tavares de Menezes, que faleceu vítima de acidente de trânsito no último dia 13 de junho, no estado do Ceará.

A polícia investiga se a quadrilha usou os dados cadastrais das  pessoas elencadas  abaixo , todas já falecidas:

– O empresário paraibano Edmundo Pereira de Assis Neto, 54, que faleceu no dia 31 de dezembro do ano passado, após um acidente de jet ski em João Pessoa/PB;

– O engenheiro civil pernambucano e ex-presidente das Companhias Pernambucana de Saneamento (Compesa) e Energética de Pernambuco (Celpe), Luiz Gonzaga Leite Perazzo, 69, falecido no último dia 26 de junho , o auditor fiscal potiguar aposentado João Batista Diniz, falecido no dia 03 de maio desse ano;

– O desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Romero de Oliveira Andrade, 57, que faleceu em 07 de abril desse ano,

A investigação da Polícia Civil concluiu que a quadrilha é bastante organizada e que cada membro dela tem sua participação definida na organização criminosa. Eles utilizam sempre cadastros de pessoas que já vieram a óbito, e que tinham um poder aquisitivo bastante elevado. Com isso, eles ganham tempo nas ações criminosas, pois quando os envolvidos tomam conhecimento da falsificação dos dados, o crime já tem acontecido há mais de seis meses dificultando o processo investigativo.

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