Portadores de deficiência se destacam no mercado industrial

23 de outubro de 2014

Saiu no Novo Jornal:

O que no imaginário comum significaria limitação e improdutividade, no dia-a-dia da indústria está se traduzindo em eficiência e proficuidade. As pessoas com deficiência (PCDs) têm buscado na atividade industrial, mais que uma fonte de renda: quebrar preconceitos. “Pretendo mostrar que minha condição não me torna incapaz de trabalhar como qualquer outra pessoa”, afirmou Rafael Guilherme Pereira Santos, 20 anos, que tem deficiência auditiva bilateral severa.

“Estou esperando ser chamado na Guararapes”, contou, na expectativa de seguir dois irmãos que já trabalham na fabrica de confecções. De uma família de 5 irmãos, ele é o único com algum tipo de deficiência, o que não o impediu de fazer um curso de qualificação como todos os outros. Rafael concluiu recentemente o curso técnico de costura no Senai Clovis Motta e se destacou nacionalmente durante o curso.

O jovem participou da Olimpíada do Conhecimento, competição nacional da educação profissional, em Minas Gerais, e foi premiado como o terceiro melhor do País em sua categoria. Agora, espera ganhar espaço também no mercado de trabalho. “No curso, nós aprendemos como desempenhar bem o nosso trabalho. E é isso que eu quero mostrar”, realçou. Provar competência não há de ser uma grande dificuldade para Rafael.

A história de Rafael é um símbolo dos novos tempos para aqueles que antes sofriam com o preconceito. O diretor Industria da Guararapes, Jairo Amorim  de Araújo, em conversa com a reportagem do NOVO JORNAL assinalou que estes profissionais quando contratados, mostram muito mais engajamento e vontade de trabalhar que propriamente a deficiência.

Rafael Santos, terceiro melhor do país após curso de costura na Olímpiada do Conhecimento 2014. (Foto: Tallyson Moura)

Rafael Santos, terceiro melhor do país após curso de costura na Olímpiada do Conhecimento 2014. (Foto: Tallyson Moura)

 

“Claro que como todos profissionais, inclusive com os ditos normais, há aqueles que não se adaptam bem na empresa. Mas de uma maneira geral, estas pessoas são bastante dedicadas. Nós temos funcionários com deficiência que já estão há muitos anos aqui dentro da empresa”, afirmou. “Contratar pessoas com deficiência é algo justo. A maioria trabalha muito bem, a ponto de compensar esta deficiência”, destacou.

Mais que algo justo a fazer, é uma obrigação legal das empresas com mais de 100 funcionários preencher cota que varia de de 2% a 5% do quadro funcionários com deficientes físicos. Esta determinação, presente no art. 93 da Lei nº 8.213, de 1991, é fiscalizada pelo Ministério Público do Trabalho e Emprego. Em caso de descumprimento da Cota, um processo é instaurado junto ao Ministério Público do Trabalho.

Para alguns empresários, no entanto, contratar pessoas com deficiência não é nenhum “castigo”. “Não existe isso de dizer que o deficiente tem produtividade menor que qualquer outra pessoa. Na função adequada para ele, pelo contrário, a produção é até melhor”, destacou o Antônio Leite, proprietário da fábrica Sterbom.

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