O mundo político foi pego de surpresa nesta quarta-feira (1) com a notícia dada pela Folha de S. Paulo – sim, eu falei Folha de S. Paulo – de que em depoimento de delação premiada o ex-presidente e sócio da construtora OAS – condenado a 16 anos de prisão – Léo Pinheiro inocentou Lula de corrupção.

De acordo com o empreiteiro, as obras que a empresa fez no apartamento triplex do Guarajá (SP) e no sítio em Atibaia (SP) foram um presente, um agrado a Lula, e não pagamento por benefício. Por causa dessa narrativa, as negociações do acordo de delação com Léo Pinheiro estão travadas.

Ou seja, para os investigadores, Pinheiro está querendo proteger Lula, e por isso, as declarações estão sendo tratadas com cautela. O empresário começou a negociar a delação em março e ainda não tem a certeza de que o acordo será firmado.

Certamente se o empresário tivesse dito que Lula tem culpa no cartório, o acordo já teria sido firmado e tomaria hoje todo o noticiário dos telejornais. Já imaginava o JN divulgando a notícia:

– Ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, condenado a 16 anos de reclusão por envolvimento na Lava Jato, diz em delação premiada que o ex-presidente Lula recebeu como propina o triplex no Guarujá e o sítio em Atibaia, em São Paulo.

– Léo Pinheiro detalhou ao juiz Sérgio Moro como foram as propinas em troca de obras para beneficiar a OAS

– Diante das narrativas, o acordo de delação premiada com o empreiteiro iniciado em março, foi finalmente firmado.

Ouça trechos dos áudios do depoimento:

– O Sr confirma que Lula recebeu propina da OAS?

-Léo Pinheiro – Digo que Lula recebeu o triplex do Guarujá e o sítio em Atibaia (…)

– Estas propinas foram em troca de obras do governo federal para beneficiar a OAS?

-Léo Pinheiro – Sim (…)

– Procurado pelo JN para falar sobre o assunto, o ex-presidente Lula mandou dizer, através da assessoria de imprensa do Instituto Lula, que não fala sobre o caso. 

Ora,ora,ora, caro leitor. A delação premiada do ex-dirigente da OAS só vale se incriminar Lula. Em não sendo assim, o acordo para que isso ocorra não será firmado. Tá claro?

Mas a pergunta que não quer calar: como pode uma pessoa presa pedir delação premiada sabendo que se não disser a verdade não terá direito a isso?

A menos que os pedalinhos em forma de patinhos comprados por dona Marisa para os netos brincarem no sítio de Atibaia e a decoração cafona do triplex do Guarujá, como disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, sirvam de provas para incriminar Lula.

A conferir!

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