Ao concordar em São Paulo, sua terra natal, numa reunião convocada pelo movimento “Acorda, Brasil”, que a presidenta Dilma não termina o mandato se popularidade continuar baixa, e que jamais seria oportunista e não move uma palha para assumir a Presidência, o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) foi no mínimo paradoxal.
Foi um disparato Temer dizer que “hoje, realmente, o índice [de aprovação do governo] é muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. (…) Se continuar assim, eu vou dizer a você, 7%, 8% de popularidade, de fato, fica difícil”.
E completou de forma mais asneira ainda:
– Eu jamais seria oportunista, quero deixar muito claro isso. Em momento algum eu agi de maneira oportunista. Muitas vezes dizem: ‘Ah, o Temer quer assumir a Presidência’. Mas eu não movo uma palha para isso.
Ah, sei. E porque aceitar o convite de uma socialite paulista – Rosangela Lyra – que faz parte do movimento “Acorda Brasil”, e que certamente bate-panelas contra o governo em varandas gourmet no bairro chique do Morumbi em São Paulo, para dizer que Dilma não chegará ao fim de seu governo se popularidade continuar em baixa?
Estranho isso, muito estranho para ser dito por um vice-presidente da República, que aliás a pouco deixou a coordenação política do governo. Tem sentido a propaganda do PMDB que está sendo veiculada em rede nacional. Quem já viu que tire suas conclusões. Eu já tirei as minhas.
O PMDB, caro leitor, tá de mala e cuia para abandonar o governo e o pretexto pra isso será o “clamor” das ruas. Se Dilma reagir na avaliação da população, as malas peemedebistas serão desfeitas. Mas a continuar baixo, Temer já deu a senha: “se continuar assim, eu vou dizer a você, 7%, 8% de popularidade, de fato, fica difícil”.
Aliás, às vésperas do Dia da Independência do Brasil – 7 de setembro – Michel Temer pode ter dado na reunião com o movimento “Acorda Brasil” o grito de independência do PMDB junto ao governo.
A conferir!
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